Por: Nathália M. Henriques
RESUMO
O presente artigo irá mostrar a importância da análise dos sonhos dentro da Psicologia Analítica e a relevância dessas imagens simbólicas que podem vir tanto de experiências
pessoais, como das profundezas desconhecidas do inconsciente.
Ás vezes nos sentimos tão perdidos, com problemas incontáveis e sem saber por
onde começar, que até mesmo fazendo terapia não temos as soluções ou respostas que
queremos. Nesse caso é preciso buscas novas formas para nos ouvirmos e nos
entendermos melhor, e quem vai nos ajudar nessa escuta é o nosso inconsciente, onde
ficam escondido as perguntas necessárias, as respostas que precisamos e os avisos
importantes. E um dos caminhos mais fácies para se chegar ao inconsciente é o sonho.
Em O caminho dos sonhos (1992):
“Os sonhos nos indicam onde se encontra nossa energia e para onde ela quer ir. Todos sonhos é uma mensagem útil que propicia um insight sobre o sentido especifico de uma situação também específica da nossa vida (...). Se estudar nossos sonhos por um certo tempo, começaremos a perceber conexões significativas entre eles. ” (pg. 214)
Para conseguir entender toda essa energia e mensagem vinda de dentro de nós é indispensável a ajuda profissional, por isso é importante ter o auxílio de um psicólogo que vai ajudar o sonhador a enxergar um novo olhar sobre o que temos, que são “loucuras” da nossa cabeça.
Neste artigo irei abordar um pouco sobre como a utilização das imagens oníricas dentro da psicoterapia junguiana e sua facilidade para acessar o inconsciente, já que muitos ficam presos somente naquilo que é consciente e, de certa forma, real. Como o psicólogo deve deixar de lado muitos conhecimentos pré-concebidos, ser humildade e afirmar que não sabe nada sobre as imagens que são trazidas, e ter o cuidado ao adentrar nas profundezas dos sonhos. É preciso também trabalhar sua habilidade artística, pois por ser carregado de emoções e sentimentos, o olhar sensível é um ótimo aliado.
SONHOS
Segundo Gaeta e Catta-Preta (2012), as imagens oníricas que nos visitam
diariamente fazem parte da expressão simbólica do nosso inconsciente, que se manifesta
de diversas maneiras, e entrar no mundo dos sonhos não é uma tarefa tão simples
quantas muitas pessoas consideram, mas Jung acreditava que o sonho é o melhor
instrumento para acessar inconsciente. E de fato é a melhor via para seguir quando
precisamos encontrar respostas genuínas e desvendar mensagens trazidas da nossa alma.
De acordo com Withmont e Perera (1995) no livro Sonhos - um portal para a fonte:
“(...) a energia que flui nas imagens oníricas pode ser de muitos usos. Entre outros o sonho pode ser empregado para ter acesso a áreas inconscientes da vida, para receber mensagens específicas e temporalmente oportunas, de muitas espécies, que podem ajudar o sonhador a resolver problemas. ” (pg.12)
Essa mesma energia que flui dentro dos sonhos, também flui para fora e influencia na vida consciente do indivíduo, mas por ser feito de detalhes aparentemente pueris, que despertam uma impressão de algo ridículo ou então de tal modo incompreensível em sua superfície a ponte de deixar-nos desorientados (Jung, OC VII/1, 1980) e um fenômeno extraordinariamente complexo e complicado (Jung, OC VIII/2, 2000), cria-se uma resistência, mas quando essa mesma resistência é deixada de lado é possível buscar as respostas que estão dentro de cada indivíduo; incentivar o aprendizado e ajudar a completar o processo individual de desenvolvimento.
Para que se possa ter uma compreensão clara e satisfatória dos sonhos é importante que o sonhador busque a orientação de um psicólogo que o ajude a desvendá-lo, pois como descrito antes, o sonho de expressa por símbolos que representam conteúdos emocionais do sonhador, que poucas vezes consegue acessá-los sozinho (Gaeta e Catta-Preta, 2012). O analista vai facilitar e mediar a comunicação entre o mundo inconsciente do sonhador com suas ações realizadas em consciência, pois essa comunicação acontece o tempo inteiro, mas o indivíduo não presta a atenção necessária por conta de seus pontos cegos da consciência. Para utilizar a análise dos sonhos na prática clínica, requer do analista a habilidade de compreende-los tanto artisticamente quanto tecnicamente. É necessário se conectar com o seu lado artístico, pois a prática de analisar sonhos se vincula à percepção de fatores similares àqueles que interferem na análise da literatura, pintura ou música; a aplicabilidade dos princípios básicos deve ser determinada pelo sentimento, pela sensibilidade e pela intuição (Whitmont e Perera, 1995).
De acordo com Withmont e Perera (1995) no livro Sonhos - um portal para a fonte:
“(...) a energia que flui nas imagens oníricas pode ser de muitos usos. Entre outros o sonho pode ser empregado para ter acesso a áreas inconscientes da vida, para receber mensagens específicas e temporalmente oportunas, de muitas espécies, que podem ajudar o sonhador a resolver problemas. ” (pg.12)
Essa mesma energia que flui dentro dos sonhos, também flui para fora e influencia na vida consciente do indivíduo, mas por ser feito de detalhes aparentemente pueris, que despertam uma impressão de algo ridículo ou então de tal modo incompreensível em sua superfície a ponte de deixar-nos desorientados (Jung, OC VII/1, 1980) e um fenômeno extraordinariamente complexo e complicado (Jung, OC VIII/2, 2000), cria-se uma resistência, mas quando essa mesma resistência é deixada de lado é possível buscar as respostas que estão dentro de cada indivíduo; incentivar o aprendizado e ajudar a completar o processo individual de desenvolvimento.
Para que se possa ter uma compreensão clara e satisfatória dos sonhos é importante que o sonhador busque a orientação de um psicólogo que o ajude a desvendá-lo, pois como descrito antes, o sonho de expressa por símbolos que representam conteúdos emocionais do sonhador, que poucas vezes consegue acessá-los sozinho (Gaeta e Catta-Preta, 2012). O analista vai facilitar e mediar a comunicação entre o mundo inconsciente do sonhador com suas ações realizadas em consciência, pois essa comunicação acontece o tempo inteiro, mas o indivíduo não presta a atenção necessária por conta de seus pontos cegos da consciência. Para utilizar a análise dos sonhos na prática clínica, requer do analista a habilidade de compreende-los tanto artisticamente quanto tecnicamente. É necessário se conectar com o seu lado artístico, pois a prática de analisar sonhos se vincula à percepção de fatores similares àqueles que interferem na análise da literatura, pintura ou música; a aplicabilidade dos princípios básicos deve ser determinada pelo sentimento, pela sensibilidade e pela intuição (Whitmont e Perera, 1995).
Jung (2009, apud GAETA e CATTA-PRETA, 2012, p.58) afirmou que “Os
sonhos são as palavras-guia da minha alma”. Essa frase explicita, muito bem, o motivo
das imagens oníricas terem grande valia dentro do processo terapêutico, pois quando o
analisando vai de encontro com o sonho e começa a relatar ao analista, que vai inserir
uma nova perspectiva sobre as imagens, estará se conectando com sua alma e
consequentemente com seu centro-regulador (Self) de onde surgem todas essas imagens
simbólicas com significados únicos, em que só o próprio sonhador consegue decifrar.
Isso fará com que o sonhador comece a exercer um pensamento menos rígido e
unilateral em sua vida consciente, auxiliando o indivíduo a resolver problemas e
também despertar-se para dentro.
É fundamental tanto o analista quanto o analisando, terem paciência quando estiverem analisando um sonho, pois provavelmente não será na primeira ou segunda sessão de terapia que irão perceber e entender todas as imagens elaboradas pelo inconsciente. Von Franz (1990) afirmou que as pessoas em análise ás vezes desanimam, pois não percebem as pequenas mudanças que estão acontecendo, mas a mudança é algo muito gradual. Com o analista é preciso que ele entenda que nem todas as imagens precisam ser interpretadas pontualmente e ter um significado único e exclusivo. Antes de tudo o analista precisa reconhecer que não sabe nada sobre todo o material onírico que está ouvindo e se quiser evitar a sugestão consciente, deve considerar que uma análise de sono não tem valor enquanto não for encontrada a fórmula que implica o consenso do paciente (Jung, 1966, par.316 apud Whitmont e Perera, 1995, p.25). O único critério confiável de uma boa análise é o consenso do sonhador (Whitmont e Perera, 1995).
É fundamental tanto o analista quanto o analisando, terem paciência quando estiverem analisando um sonho, pois provavelmente não será na primeira ou segunda sessão de terapia que irão perceber e entender todas as imagens elaboradas pelo inconsciente. Von Franz (1990) afirmou que as pessoas em análise ás vezes desanimam, pois não percebem as pequenas mudanças que estão acontecendo, mas a mudança é algo muito gradual. Com o analista é preciso que ele entenda que nem todas as imagens precisam ser interpretadas pontualmente e ter um significado único e exclusivo. Antes de tudo o analista precisa reconhecer que não sabe nada sobre todo o material onírico que está ouvindo e se quiser evitar a sugestão consciente, deve considerar que uma análise de sono não tem valor enquanto não for encontrada a fórmula que implica o consenso do paciente (Jung, 1966, par.316 apud Whitmont e Perera, 1995, p.25). O único critério confiável de uma boa análise é o consenso do sonhador (Whitmont e Perera, 1995).
Von Franz (1992), O caminho dos sonohos, afirmou que:
“Ora os sonhos apontam para o indivíduo o sentindo único da sua vida
também única. Talvez seja esse o aspecto mais importante da vida onírica (...)
A realidade consiste de um imenso número de seres únicos e os sonhos nos
ajudam a descobrir padrões únicos da nossa vida. ” (pg. 216 – 217)
A análise dos sonhos pode ser utilizada com qualquer pessoa, mas isso não quer dizer que vai ser o mesmo processo, as mesmas imagens, o mesmo significado para todos. Como são imagens simbólicas, vindas do inconsciente, elas não se esgotam numa definição fechada. São noções amplas, com significados infinitos, mas todos eles só serão válidos quando fizer sentido com o que o sonhador acredita e o momento de sua vida. “É isso que torna tão excitante trabalhar com sonhos. Nada se repete. Você nunca pode prever com precisão. A natureza sempre dá uma resposta criativa” (von Franz, 1992).
Artigo apresentado ao Instituto Junguiano de Brasília – IJBsb como trabalho final de semestre do Curso de Psicologia Clínica de Orientação Junguiana.
Professora-orientadora: Rosa Brizzola.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Livros
Gaeta, I. & Catta-Preta, M. (2012). Sonhos e Arte: diário de imagens. ed. São Paulo: Primavera Editorial.
Jung, C. G. (2008). O homem e seus símbolos. Tradução de Maria Lúcia Pinho. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. (Original publicado em 1964).
_________. (2000). A Natureza da Psique. Tradução de Dom Mateus Ramalho Rocha. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. (Obras Completas de C. G. Jung, v. VIII/2)
_________. (1980). Psicologia do Inconsciente. Tradução de Maria Luiza Appy. ed. Petrópolis: Vozes, 1980. (Obras Completas C. G. Jung, v. VII/1)
Kast, V. (2013). A dinâmica dos símbolos: fundamentos da psicoterapia junguiana. tradução de Milton Camargo Mota. Petrópoles, RJ: Vozes.
Von Franz, M. L. O caminho dos sonhos. São Paulo: Cultrix, 1992.
Whitmont, E. C. & Perera, S. B. Sonhos: um portal para a fonte. Tradução Maria Sílvia Mourão Neto. ed. São Paulo: Summus, 1995.
A análise dos sonhos pode ser utilizada com qualquer pessoa, mas isso não quer dizer que vai ser o mesmo processo, as mesmas imagens, o mesmo significado para todos. Como são imagens simbólicas, vindas do inconsciente, elas não se esgotam numa definição fechada. São noções amplas, com significados infinitos, mas todos eles só serão válidos quando fizer sentido com o que o sonhador acredita e o momento de sua vida. “É isso que torna tão excitante trabalhar com sonhos. Nada se repete. Você nunca pode prever com precisão. A natureza sempre dá uma resposta criativa” (von Franz, 1992).
Artigo apresentado ao Instituto Junguiano de Brasília – IJBsb como trabalho final de semestre do Curso de Psicologia Clínica de Orientação Junguiana.
Professora-orientadora: Rosa Brizzola.
Brasília
Agosto, 2017.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Livros
Gaeta, I. & Catta-Preta, M. (2012). Sonhos e Arte: diário de imagens. ed. São Paulo: Primavera Editorial.
Jung, C. G. (2008). O homem e seus símbolos. Tradução de Maria Lúcia Pinho. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. (Original publicado em 1964).
_________. (2000). A Natureza da Psique. Tradução de Dom Mateus Ramalho Rocha. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. (Obras Completas de C. G. Jung, v. VIII/2)
_________. (1980). Psicologia do Inconsciente. Tradução de Maria Luiza Appy. ed. Petrópolis: Vozes, 1980. (Obras Completas C. G. Jung, v. VII/1)
Kast, V. (2013). A dinâmica dos símbolos: fundamentos da psicoterapia junguiana. tradução de Milton Camargo Mota. Petrópoles, RJ: Vozes.
Von Franz, M. L. O caminho dos sonhos. São Paulo: Cultrix, 1992.
Whitmont, E. C. & Perera, S. B. Sonhos: um portal para a fonte. Tradução Maria Sílvia Mourão Neto. ed. São Paulo: Summus, 1995.
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